Nova Diretoria do Sinpro-Rio toma posse

A partir de 01 de novembro, o Sinpro-Rio conta com uma nova Diretoria, para o período de 2025 a 2029. A posse, na sede do Sinttel – Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações, foi marcada por homenagens à trajetória do Sindicato em seus quase 95 anos de luta. Como não poderia deixar de ser, o ambiente foi marcado também pela comoção e repúdio à chacina que vitimou mais de 121 pessoas nos Complexo do Alemão e Penha, em 28 do mês passado. O simples cumprimento de “bom dia” por parte dos integrantes da mesa de dirigentes da Educação e por representantes políticos foi feito com voz embargada pela tristeza e revolta com o acontecimento.

A mesa foi composta pelo prof. Elson Paiva, presidente reeleito do Sindicato; Maria Ortélia, diretora da FETEERJ; Sandro César, presidente da CUT-RJ e Paulo Sérgio Farias, presidente da CTB-RJ, além da professora Dilceia Quintela. membro da Comissão Eleitoral.

A cerimônia, que teve a condução do prof. Afonso Celso Teixeira e da professora Maria Marta Cerqueira, ambos da Secretaria Geral eleita, foi aberta com minuto de silêncio em memória dos mortos nos Complexos do Alemão e Penha.

Em seguida, foi lido um texto pelo cerimonial: “Episódios como esse só reforçam nossa responsabilidade em assumir a direção de um Sindicato com tanta história de lutas e conquistas como o Sinpro-Rio.

Um Sindicato combativo ultrapassa as barreiras da luta corporativa de sua categoria.

É o que fez o Sinpro-Rio ao longo de sua história na campanha “O Petróleo é nosso”, contra a ditadura, pelas

Diretas Já, a favor da ciência e da vida na pandemia e pela defesa da democracia na luta contra o avanço da extrema direita nesse país.

Em nossa última gestão, realizamos duas grandes campanhas: “Professor(a), sua saúde mental importa” e pela valorização do magistério “Educação tem nome, CPF e impressão digital”.

Por fim, o texto reafirma: “um Sindicato se constrói no plural, com vozes diversas, com escuta e com luta. Que esta manhã simbolize o início de um novo ciclo de conquistas e esperanças, em defesa da Educação como direito de todos e dever de toda a sociedade.”

Em continuidade ao evento, a professora Dilceia Quintela, em nome da Comissão Eleitoral, leu o Termo de Posse, ressaltando: “Que esta nova gestão continue firme na defesa das trabalhadoras e trabalhadores da Educação, avançando sempre com democracia e soberania.”

Em seguida, a representante da Feteerj, prof. Maria Ortélia enalteceu o papel do Sinpro-Rio e o seu papel político enquanto membro da nossa Federação.

Diretor e representante do Sinpro-Rio na diretoria Plena da Contee – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de ensino, professor Márcio Franco Xavier leu documento da entidade saudando a nova gestão.

“A Contee reconhece no Sinpro-Rio um exemplo de compromisso com a categoria, de independência política e de solidariedade entre gerações. Ao longo de seus 94 anos, o Sindicato construiu uma história que se confunde com a própria história da educação e da democracia brasileira”, ressalta o documento.

Já o presidente da CUT-RJ, Sandro Alex de Oliveira Cezar (Sandrão), destacou a importância da Educação contra a violência em nosso país. Sobre a chacina de 28 de outubro, afirmou: “O desafio é superar esta tragédia. Estão querendo mudar a pauta do país, tentando fazer política sobre corpos de pessoas assassinadas pelo Estado.”

Por sua vez, o presidente da CTB-RJ, Paulo Sérgio Farias, também destinou grande parte de seu pronunciamento criticando e lamentando a chacina nos Complexos do Alemão e da Penha, mas lembrando que o momento também era de se festejar a luta do Sinpro-Rio, parabenizando e desejando êxito à Diretoria em seu novo mandato.

Parlamentares presentes ao evento, igualmente destacaram a trajetória de luta do Sinpro-Rio, mas também abordaram a tragédia de 28 de outubro.

Em seu pronunciamento, o deputado federal Reimont  salientou que, além de lutar pela Educação de qualidade, pelos direitos de professoras e professores, o Sindicato, que ora se renova, sempre se pautou pela democracia.

Sobre a chacina, Reimont apelou para que os presentes à posse conversassem, pontuando que não é contraditório ser militante pela segurança pública e pelos direitos humanos. “Não podemos concordar é com a barbárie”, ressaltou.

Em saudação à nova Diretoria do Sindicato, a vereadora Maíra do MST afirmou, dentre outras questões, “que a posse é a renovação da esperança, da nossa fé por uma Educação transformadora da sociedade. Que nossas vidas estejam acima da mercadoria”.

Também parlamentar na Câmara Municipal da cidade, Leonel de Esquerda criticou o montante de recursos para a segurança pública em detrimento ao destinado à Educação em nosso Estado. O vereador afirmou que “são 22 bilhões gastos em política de guerra, enquanto se destina apenas 10 bilhões para Educação”.

Já o professor Waldeck Carneiro, coordenador do Fórum Estadual de Educação, presente à solenidade, apelou para que seja transformado o momento macabro em luta, se espelhando na trajetória do Sinpro-Rio que “sempre esteve em defesa da dignificação da professora e do professor”.

 

Diogo Andrade, coordenador geral do SEPE – Sindicato dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro, ressaltou a parceria histórica com o Sinpro-Rio, destacando a alegria de estar presente na posse; Ao final, entoou junto com os presentes: “A nossa luta é todo dia / Educação não é mercadoria.”

Representa da Unidade Classista, Pablo Biel, também criticou atuação do Estado na chacina de 28 de outubro, afirmando que estão construindo palanques em cima de mortos, mas que cabe aos profissionais da Educação continuarem na luta como os transportadores para um futuro melhor.

Gerente geral da presidência da Nuclep – Nuclebrás Equipamentos Pesados, vinculada ao Ministério das Minas e Energia, Adeilson Teles pediu a palavra na cerimônia de posse para “reafirmar o papel da Educação como instrumento de civilidade e respeito”. Sobre o 28 de outubro, Adeilson ressaltou que o Estado não tem o direito de transgredir a lei.

Encerrando a cerimônia, o presidente reeleito do Sinpro-Rio, o professor Elson Paiva dedicou seu pronunciamento às mulheres, como maioria na categoria, e lembrando que mães, esposas, filhas e irmãs estão sofrendo com as perdas na chacina.

Em relação à precária situação da Educação em locais como o Complexo do Alemão, o dirigente ressaltou que o Sinpro-Rio está atento a questão das chamadas “creches conveniadas”, dentro das comunidades, defendendo a necessidade de regulamentação deste setor.  “Precisamos da categoria unida para fazer resistência a este processo. Todos e todas na defesa de uma Educação pela democracia e soberania!”

Veja, abaixo, algumas fotos do evento:

   


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Este post foi publicado em 03/11/2025 às 15:59 dentro da(s) categoria(s): Notícias, Primeira página.
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